Hyundai Kona Hybrid: Primeiras Impressões

A Hyundai mantém uma estratégia discreta no mercado de carros eletrificados e avança de forma tímida no lançamento de novos modelos híbridos no Brasil. Na última semana, a marca sul-coreana anunciou a chegada do novo Hyundai Kona Hybrid, um SUV médio-compacto que entra na briga com Toyota Corolla Cross, BYD Song Pro e GWM Haval H6.

Oferecido em duas versões — Ultimate, por R$ 214.990, e Signature, por R$ 234.990 —, o Kona tem bons argumentos para disputar espaço. Oferece tecnologia, construção sólida e um design moderno e arrojado. A maior crítica, porém, fica para o conjunto mecânico, que permanece o mesmo da geração anterior.

O novo Hyundai Kona traz design moderno e tecnológico (Imagem: Felipe Ribeiro/Atlas Auto)

Em time que está ganhando não se mexe?

Apesar da evolução no design e nos equipamentos, o novo Hyundai Kona Hybrid mantém o mesmo powertrain. O motor 1.6 GDI a gasolina, com injeção direta e funcionamento exclusivamente com gasolina, segue acoplado a um motor elétrico de 40 kW. A potência combinada é de 141 cv com 27 kgfm de torque.

O câmbio é o mesmo: automatizado de dupla embreagem a seco, com seis marchas. O conjunto traz balancins hidráulicos, bomba de óleo com geometria variável e sistema EGR, além da injeção direta com pressão controlada de 350 bar.

A bateria principal, de íons de lítio, opera em 240V e possui 1,32 kWh de capacidade. Já a bateria do motor de arranque agora também é de íons de lítio, prometendo maior durabilidade.


Na prática, um velho conhecido

A experiência ao volante do novo Kona é familiar. Ele se comporta de maneira muito semelhante ao antigo modelo e a outros carros do grupo Hyundai, como o Kia Niro e o Hyundai Ioniq.

No uso urbano, o motor elétrico atua com mais frequência, oferecendo boas arrancadas e respostas rápidas. Já em velocidades de cruzeiro, o sistema prioriza baixas rotações e até mesmo desliga o motor a combustão em alguns momentos — e tudo isso de forma praticamente imperceptível.

Segundo a Hyundai, o Kona acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos, número que, honestamente, não deve importar tanto para o público-alvo do carro. O consumo, por outro lado, impressiona: 20 km/l na cidade e 18 km/l na estrada durante o teste, números próximos aos oficiais (18 km/l e 16 km/l, respectivamente).

De forma criteriosa, esperava uma melhora de performance. Mesmo não sendo ruim, o conjunto merecia uma atualização, considerando o avanço do mercado em eficiência e agilidade.


Comportamento dinâmico agrada

Guiar um Hyundai continua sendo uma experiência agradável, e isso se mantém com o novo Kona. A sensação de solidez e equilíbrio é percebida em cada curva e buraco.

A direção elétrica é direta e bem calibrada. A suspensão, independente nas quatro rodas — McPherson na dianteira e multilink na traseira —, oferece um bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, algo típico da marca. O ajuste da suspensão e o perfil dos pneus foram bem adaptados ao asfalto brasileiro.

O isolamento acústico também evoluiu. O carro é silencioso em rodagem e mesmo quando o motor térmico entra em ação, o som é bem abafado. Isso se deve à melhoria no cofre do motor e à inclusão de materiais fonoabsorventes mais robustos.


Interior melhora, mas podia ser melhor

O acabamento interno do Hyundai Kona Hybrid evoluiu, mas não impressiona. Mesmo custando mais de R$ 200 mil, o painel frontal não conta com materiais macios. Não se trata de um SUV premium, mas faltou um cuidado maior nesse ponto.

Por outro lado, o visual interno é tecnológico e atual. As duas telas de 12 polegadas, unidas em uma só peça, formam um belo conjunto. A central multimídia é rápida, tem espelhamento sem fio, boa resolução e interface intuitiva. Também há carregamento por indução, entradas USB-C e um bom pacote de itens de segurança e conforto.

O pacote ADAS inclui alerta de colisão frontal, controle de cruzeiro adaptativo, assistente de permanência em faixa e alerta de ponto cego — todos muito bem calibrados para a realidade brasileira.


Mais espaço e porta-malas maior

As dimensões do novo Kona aumentaram. Agora são 4,35 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,58 m de altura e 2,66 m de entre-eixos. Em comparação com a geração anterior, o ganho é significativo, especialmente no entre-eixos.

O porta-malas cresceu de 374 litros para 407 litros. Para quem tem 1,85 m, como eu, o espaço no banco traseiro é mais que suficiente para longas viagens. O teto solar panorâmico (de série na versão Signature) também contribui para a sensação de amplitude na cabine.


Design moderno chama atenção

O visual do Hyundai Kona Hybrid é um de seus grandes trunfos. A dianteira segue o conceito Seamless Light, com uma faixa de LED que percorre toda a largura do carro. À noite, o efeito visual deve ser ainda mais impactante.

As rodas aro 18 têm desenho diamantado exclusivo (embora lembrando as do HB20). As portas têm vincos sutis que ajudam na aerodinâmica. Na traseira, a mesma proposta da frente é repetida, com faixa de LED ligando as lanternas. Não é algo inédito, mas funciona bem no conjunto visual.


Conclusão

O novo Hyundai Kona Hybrid entrega o que promete: eficiência, conforto e visual moderno. O consumo é excelente, o nível tecnológico é alto e o pacote de segurança está em dia com o que se espera de um SUV nessa faixa de preço.

Apesar de não trazer um novo conjunto mecânico, o Kona se mostra superior ao seu principal rival, o Toyota Corolla Cross, e deve agradar quem busca um híbrido equilibrado e com estilo.

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